Acusado de matar gerente em shopping de João Pessoa vira réu após Justiça aceitar denúncia
Reprodução

Justiça

Acusado de matar gerente em shopping de João Pessoa vira réu após Justiça aceitar denúncia

Publicado em 09/02/2024 09h19

Luiz Carlos Rodrigues dos Santos virou réu pela morte de Mayara Valéria de Barros Ramalho, gerente de um restaurante do Mangabeira Shopping, em João Pessoa. A denúncia apresentada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e recebida pela Justiça estadual aponta os crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma e cárcere privado. Também foi apontada motivação fútil.

O recebimento da denúncia foi confirmado nesta quinta-feira (8) pela promotora Artemise Leal Silva, responsável pela acusação. O juiz do caso é Antônio Gonçalves Ribeiro, que estabeleceu um prazo de 10 dias para que o réu possa responder à acusação.

Luiz Carlos teve a prisão convertida em preventiva no dia seguinte ao crime e foi levado para o Presídio do Roger, em João Pessoa. O MPPB defendeu na denúncia que ele seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.

A denúncia do MPPB

Na denúncia do MPPB, a promotora Artemise Leal Silva a detalha o crime que matou Mayara Valéria de Barros Ramalho. De acordo com a denúncia, o suspeito se submeteu a entrevista de emprego no restaurante no dia 6 de janeiro, sendo orientado que aguardasse em casa que a empresa entraria em contato.

No dia 12 de janeiro, apenas seis dias após a entrevista de emprego, o homem saiu de casa armado, portando cerca de 44 munições, foi até ao restaurante, onde consumiu alimentos, e saiu do estabelecimento em direção a gerente e ao proprietário, que estavam sentados na praça de alimentação do shopping.

A denúncia registra que o suspeito questionou Mayara sobre o processo seletivo e ela conversou tranquilamente com ele. Porém, o acusado sacou a arma e atirou contra a gerente.

Segundo peças informativas consultadas pela promotora, o suspeito afirmou que estava passando necessidade e que foi à localidade cobrar da vítima uma oportunidade de emprego. A arma utilizada no crime estava sob posse do suspeito há cerca de 30 anos.

“Extrai-se das peças informativas que o crime praticado contra a vítima Mayara foi motivado em razão do ofendido não ter tido uma resposta acerca da vaga de emprego no Bar e Restaurante do qual a ofendida era gerente administrativa – caracterizando a futilidade do delito”, afirmou.

A promotora também defendeu a manutenção da prisão preventiva, considerando que ao denunciado são imputados os crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, cárcere privado, homicídio qualificado, em suas formas tentada e consumada, e também de caráter hediondo.

Além disso, o pedido também considera que o crime aconteceu em local e horário de grande circulação de pessoas, o que, segundo a promotora, demonstra o “destemor e a periculosidade do acusado”.

Crime premeditado

Após o crime, a polícia fez um trabalho de investigação na casa do suspeito. A perícia inicial que foi feita traz a tese de que o homem foi para o Mangabeira Shopping com o intuito de “cometer um ato grave”. As informações foram passadas pelo superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana.

“Foram colhidos depoimentos do proprietário e de funcionários do restaurante e, além disso, de uma forma muito positiva foi realizada uma perícia em um local relacionado e na residência do autor, onde estes elementos só corroboram o fato de que ele saiu realmente de casa com um propósito de cometer algum ato grave, não sabemos se seria homicídio”, disse.

O superintendente explicou também que na perícia realizada na casa do suspeito, havia inscrições na parede, onde existiam os dizeres que “ele não poderia ser julgado pelo que viesse a cometer”.

A polícia apreendeu com o suspeito 38 munições intactas e seis deflagradas.

No depoimento prestado para a polícia, o suspeito contou que recentemente passou por uma separação com a ex-companheira, morava sozinho e que não tinha ninguém. De acordo com a polícia, o homem não mostrou arrependimento em nenhum momento após a prisão.