Petrobras reajusta preços da gasolina e diesel para as distribuidoras e gasolina pode chegar a 7 reais na bomba.
Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

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Petrobras reajusta preços da gasolina e diesel para as distribuidoras e gasolina pode chegar a 7 reais na bomba.

Publicado em 10/03/2022 14h14

A Petrobras anunciou hoje (10), no Rio de Janeiro, reajustes de preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras a partir de amanhã (11) após 57 dias sem aumento. O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%.

“Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro”, informou o comunicado da empresa.

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras subirá de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.

“Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro”, diz a nota.

Gás

Para o GLP [gás liquefeito de petróleo], de acordo com a empresa, o último ajuste de preços vigorou a partir de 9 de outubro do ano passado. A partir de amanhã, o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras, subirá de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.

“Esse movimento da Petrobras vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda”, afirmou a companhia.
Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras informou que decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, fazendo monitoramento diário dos preços de petróleo.

“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, disse o comunicado.

A assessoria do Sindicato dos Revendedores de Petróleo da Paraíba (Sindipetro-PB) confirmou que o aumento no estado será por volta de R$ 0,60 na gasolina e R$ 0,89 no diesel e justificou que a grande variação se deve à política de preços adotada pela Petrobras que foi prejudicada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

“Esse reajuste será repassado aos postos. Caso o contrário, não conseguem pagar a mercadoria. Ainda tem os impostos do estado, sendo a carga tributária da Paraíba de 30%. Então, é uma alta considerável e um cenário muito difícil. A categoria espera que o Governo Federal analise com carinho se não é a hora de aumentar a capacidade de refino do nosso petróleo, que infelizmente vai para fora para ser refinado e volta dolarizado”, disse.

De acordo com a última pesquisa da Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa (Procon-JP) realizada ontem (9), o maior preço do litro da gasolina comum na capital paraibana chega a R$ 6,590, no Bairro das Indústrias, o mínimo por R$ 6,32, em Água Fria, e a média por R$ 6,404. O reajuste da Petrobras mais os impostos federais e estaduais podem elevar ao preço para o consumidor final a superar a faixa de R$ 7 pelo litro do combustível.

A superintendente da Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor da Paraíba (Procon-PB), Késsia Liliana, garantiu que o órgão fará fiscalizações de possíveis abusos de preços nos postos e orientou que a população procure os melhores valores no aplicativo Preço da Hora, do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), e acompanhe as pesquisas de preço do órgão.

“Quem regula o mercado é o consumidor. Não existe tabelamento de preços. Estamos falando da lei da oferta e da procura. Infelizmente, a gente está vendo a diminuição da oferta de insumos vindo a impactar o preço mais alto. A própria Petrobras diz que os aumentos foram elevados e que deverá promover ajustes nos preços junto às distribuidoras para que o mercado brasileiro não venha a ter nenhum desabastecimento”, concluiu.