Novos detalhes sobre criança que morreu com sinais de agressão: 'Violência era rotineira'
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Policial

Novos detalhes sobre criança que morreu com sinais de agressão: ‘Violência era rotineira’

Publicado em 04/04/2022 19h25

Polícia dá novos detalhes do caso da criança que morreu com sinais de agressão, em João Pessoa, foram divulgados pela Polícia Civil nesta segunda-feira (4) e segundo os investigadores, a família tinha histórico de agressão. A mãe e o padrasto da criança foram presos em flagrante e tiveram as prisões preventivas decretadas na audiência de custódia.

O crime aconteceu na quarta-feira (30). A criança de um ano deu entrada no hospital com vários hematomas e a mãe havia informado que teriam sido causados por uma queda. O menino não resistiu e morreu, mas pelos sinais apresentados, a polícia suspeitou de agressões e a mulher foi presa.

“Para minha surpresa, de pronto, apesar de não ser perito médico legal, dava para perceber até pela coloração das lesões que aquilo ali não tinha sido praticado em um único ato. Investigadores coletaram que no seio daquela unidade familiar, a violência era rotineira, tanto do homem com a mulher, quanto da mulher com as crianças e do homem com as crianças”, disse o delegado Aldrovilli Grisi em coletiva nesta segunda-feira. Ele estava de plantão no dia do crime.

Conforme o delegado, a polícia descartou a versão da queda e após a prisão, a mãe foi ouvida. Ela teria dito que as agressões eram constantes, mas que as agressões mais graves eram feitas pelo companheiro dela, que não é o pai da criança.

Na sexta-feira (1º), após o depoimento da mãe, a polícia enviou uma equipe para o bairro de Jardim Veneza, na capital, e ao chegar lá, foram informados que o homem teria ido para Campina Grande. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada e abordou o veículo em que ele estava no posto da PRF de Café do Vento, em Sobrado.

“Ele não reagiu e negou qualquer participação em crimes. No primeiro momento nós fizemos uma fiscalização de rotina, para não despertar a intenção de fuga do indivíduo. Constatamos que ele tinha passagens criminais e ao perguntar sobre o crime que estava sendo investigado, ele se mostrou bastante frio, quis desconversar e disse que sequer sabia sobre o caso. Prontamente fizemos contato com a Polícia Civil para que desse continuidade no caso, que ainda estava em flagrante, e ele foi preso”, disse a superintendente da PRF Keilla Melo.

Para o delegado Rodolfo Santa Cruz, titular da delegacia de homicídios de João Pessoa, o inquérito sobre o caso está quase encerrado. “Restam apenas algumas diligências, notadamente depoimentos de pessoas que moravam vizinho ao local onde o fato se deu, e também familiares”, concluiu.

A mulher deve perder a guarda dos irmãos da vítima, dois meninos, um de quatro anos e outro de quatro meses. A Promotoria de Justiça deve pedir a suspensão temporária do poder familiar da mãe, mas a prioridade é deixar os irmãos com a família. Após o crime, os dois filhos da suspeita foram retirados da comunidade onde moravam, pelo Conselho Tutelar, e levados para uma instituição de João Pessoa, onde estão acolhidos.