líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un foto--Reuters
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Internacional

Coreia do Norte aprova nova lei sobre o uso de armas nucleares

Publicado em 09/09/2022 14h49

Coreia do Norte aprovou uma nova lei que se declara um estado com armas nucleares em um movimento que o líder Kim Jong Un diz ser “irreversível”.

Kim prometeu que o país “nunca desistiria” de suas armas nucleares e disse que não poderia haver negociações sobre a desnuclearização ao saudar a aprovação da lei, informou a mídia estatal norte-coreana nesta sexta-feira (9).

A nova lei também consagra o direito de Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, de usar ataques nucleares preventivos para se proteger – atualizando uma posição anterior segundo a qual ela havia dito que manteria suas armas apenas até que outros países desnuclearizem e não as usaria preventivamente contra estados não nucleares.

As armas nucleares representam a “dignidade, o corpo e o poder absoluto do Estado”, disse Kim ao saudar a decisão do parlamento do país – a Assembleia Popular Suprema – de aprovar a nova lei em votação unânime.

“A adoção de leis e regulamentos relacionados à política nacional de força nuclear é um evento notável, pois é nossa declaração de que adquirimos legalmente a dissuasão de guerra como meio de defesa nacional”, disse Kim.

“Enquanto houver armas nucleares na Terra, e o imperialismo e as manobras anti-norte-coreanas dos Estados Unidos e seus seguidores permanecerem, nosso caminho para fortalecer nossa força nuclear nunca terminará”.

A nova lei também proíbe o compartilhamento de tecnologia nuclear com outros países. Ela ocorre em meio a crescentes tensões regionais sobre a expansão da Coreia do Norte de seu programa de armas e mísseis nucleares.

Kim fez ameaças cada vez mais provocativas de conflito nuclear contra os Estados Unidos e seus aliados na Ásia nos últimos meses. Ao mesmo tempo, os EUA estão cada vez mais preocupados com o fato de a Coreia do Norte estar se preparando para realizar seu primeiro teste nuclear subterrâneo em anos.

Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse que a lei demonstra as esperanças de Pyongyang de fortalecer suas relações com a China e a Rússia em um momento de crescentes tensões globais.

“A menção da Coreia do Norte sobre a possibilidade de usar armas nucleares se e quando um ataque ao Estado e ao líder for iminente é significativa, embora afirme que as armas nucleares são um último recurso defensivo”, disse Yang.