Vladimir Putin e Xi Jinping. foto--- Xinhua
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Internacional

China expressa apoio à Rússia após revolta do Grupo Wagner

Publicado em 26/06/2023 07h49

A China expressou apoio à Rússia depois que uma revolta de curta duração representou o que pode ser o mais grave desafio ao governo de 23 anos de Vladimir Putin, um parceiro próximo do líder chinês Xi Jinping em sua pressão por uma nova ordem mundial e alinhamento estratégico contra os EUA.

Um dia depois que os combatentes mercenários de Wagner voltaram de sua marcha em direção a Moscou, encerrando uma breve e caótica revolta de Yevgeny Prigozhin, Pequim divulgou seu primeiro comentário sobre o que Putin chamou de “rebelião armada”.

“Este é um assunto interno da Rússia”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado conciso publicado online na noite de domingo.

“Como vizinho amigável da Rússia e parceiro estratégico abrangente de coordenação para a nova era, a China apoia a Rússia na manutenção da estabilidade nacional e na conquista do desenvolvimento e da prosperidade”, afirmou.

O comentário público de Pequim veio depois que o breve motim se dissipou, com Prigozhin concordando no sábado (24) em retirar seus combatentes em um acordo com o Kremlin que supostamente o levaria ao exílio em Belarus.

Também ocorreu depois que o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, voou para Pequim para se encontrar com autoridades chinesas no domingo (25), onde os dois lados reafirmaram sua estreita parceria e confiança política.

O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, e Rudenko trocaram opiniões sobre “relações sino-russas e questões internacionais e regionais de interesse comum”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado de uma linha publicado em seu site, com uma foto mostrando os dois caminhando lado a lado sorrindo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que Rudenko também realizou “consultas agendadas” com o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu.

A Revolta

Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, organizou uma revolta em resposta ao que afirmou ser um ataque deliberado do exército russo às suas forças. Prigozhin busca justiça e decidiu se rebelar armadamente.

Antes de recuar supostamente após negociações com o líder da Bielorrússia, o Grupo Wagner controlava importantes instalações militares em Rostov-on-Don, sede do distrito militar do sul da Rússia. Agora, Prigozhin está supostamente fugindo para a Bielorrússia, buscando evitar repercussões junto com seus combatentes.

Os confrontos abertos entre o Grupo Wagner e as forças militares russas não são novidade. Ambos os grupos têm trocado comentários difamatórios e tomado medidas hostis desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Essa tentativa de insurreição é amplamente resultado da dinâmica entre o exército russo, o Grupo Wagner e o sistema político que sustenta suas ações na Ucrânia.