Hospital Universitario Lauro Wanderley  Foto: Angélica Gouveia.
Foto: Angélica Gouveia

Geral - Saúde

Paraíba investiga primeiro caso suspeito da “hepatite misteriosa” no estado

Publicado em 23/05/2022 15h34

A infecção da “hepatite misteriosa” pode ter chegado à Paraíba. Uma criança, de sete anos, está internada no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, com suspeita da doença. Esse é o primeiro caso em investigação na Paraíba.

O paciente internado na Unidade da Criança e do Adolescente também é monitorado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Municipal de Saúde da capital paraibana.

Em nota, o hospital comunicou que a criança permanece em condição clínica estável e com melhora progressiva dos exames laboratoriais.

Segundo especialistas, a doença não é ocasionada por nenhum dos vírus conhecidos da hepatite (A, B, C, D e E) e pode ter relação ainda não esclarecida entre a Covid-19 e um tipo de adenovírus.

A hepatite de origem desconhecida está acometendo crianças em, ao menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos foi necessário realizar o transplante de fígado.

Sintomas

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS nas Américas e Caribe, os pacientes da hepatite aguda apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos, e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Não houve registro de febre. 

O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento deverão ser aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada. 

Os pais devem ficar atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e aos sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente. 

Brasil

Os casos suspeitos no Brasil foram reportados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo.

Uma sala de situação foi aberta pelo Ministério da Saúde no dia 13 de maio, para funcionar todos os dias da semana e com a participação de técnicos da Pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de especialistas convidados.

Além de monitoramento, a sala vai padronizar informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os laboratórios centrais e de referência de saúde pública.

“O objetivo também é contribuir para o esforço internacional na busca de identificação do agente etiológico responsável pela ocorrência da hepatite aguda de causa ainda desconhecida”, informou o ministério.