Meteorito é encontrado em Nova Olinda-PB, e Associação tenta manter rocha espacial no estado
André Moutinho/Arquivo Pessoal

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Meteorito é encontrado em Nova Olinda-PB, e Associação tenta manter rocha espacial no estado

Publicado em 22/03/2022 12h30

O primeiro meteorito da Paraíba foi encontrado na cidade de Nova Olinda, no Sertão paraibano. De acordo com o astrônomo amador Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia, o meteorito foi encontrado em novembro de 2014, mas a informação só foi divulgada agora por conta da demora para confirmar que se tratava de um meteorito. Agora, a luta é para manter a peça na Paraíba.

A rocha espacial já foi analisada, classificada, e recebeu o nome de Nova Olinda, em referência à cidade onde foi encontrada. De acordo com a Associação Paraibana de Astronomia, é a primeira vez que um meteorito é achado na Paraíba.

O meteorito Nova Olinda foi encontrado pelos irmãos Edsom Oliveira da Silva e João Jarba Oliveira da Silva, em 2014. Na época, João Jarba e Edsom procuravam por ouro com um detector de metais, numa fazenda da zona rural do município de Nova Olinda. Em determinado local, próximo a um lago, o detector disparou acusando que havia algo grande por lá. Eles cavaram o local com uma picareta e rapidamente desenterraram a rocha, que tem 26,93kg.

Ela era diferente de outras encontradas na região, o que chamou a atenção dos irmãos. Tinha uma forma tão peculiar que Edsom a levou para casa, onde a rocha ficou enfeitando sua mesa de jantar.

Meteorito foi usado por alguns anos como enfeite de mesa por homem que encontrou a rocha, na Paraíba — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Por cinco anos, o primeiro meteorito encontrado na Paraíba serviu de adorno para a mesa de jantar de Edsom. E estaria lá até hoje, não fosse a queda de um outra rocha espacial em Santa Filomena, Pernambuco, em agosto de 2020. Com a repercussão que o meteorito de Santa Filomena ganhou na mídia, o homem percebeu que sua rocha também poderia ser um meteorito. Depois de algumas pesquisas na internet, entrou em contato com André Moutinho, pesquisador e colecionador de meteoritos.

Moutinho orientou o homem a realizar os primeiros testes e, com a possibilidade de ser realmente uma rocha espacial, uma amostra foi retirada e enviada para São Paulo, onde André Moutinho confirmou que se tratava de um meteorito. A partir de então, entrou em contato com pesquisadores para a realização das análises física, química e petrográfica para classificação do meteorito (saiba mais no final da reportagem).

Luta para manter o meteorito na Paraíba

Após a descoberta de que a rocha se trata mesmo de um meteorito, Edsom explica que já recebeu uma série de propostas para comprar a peça, que está guardada num cofre do Rio de Janeiro. Ele diz que já recebeu propostas de países como Japão, Rússia, China, mas não revela os valores.

Ainda assim, ele diz que gostaria de vender para o Governo da Paraíba, para manter a rocha espacial do estado-natal dos dois que encontraram o meteorito.

De acordo com a Associação Paraibana de Astronomia, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 50 mil para manter a peça no estado, valor que não é confirmado com Edsom. De toda forma, a ideia seria criar uma exposição permanente no Planetário do Espaço Cultural José Lins do Rego. Ainda assim, a Associação diz que tenta há quatro meses marcar uma audiência com o Governo, sem sucesso.