Dona da primeira medalha olímpica dos Jogos de Pequim 2022, Therese Johaug conquistou neste sábado uma vitória que vai além de um feito esportivo. Significou para a norueguesa a redenção pessoal. Isso porque a estrela do esqui cross-country foi barrada da edição anterior das Olimpíadas em PyeongChang 2018 após doping polêmico.

Dona de 14 medalhas em mundiais, ela experimentou os holofotes negativos do ofício. A norueguesa foi pega pelo uso de esteroides, anabolizantes que substituem o testosterona (hormônio masculino) e beneficiam a performance esportiva. Na ocasião, Therese disse que a substância estava relacionada ao uso de um “batom”, um creme para queimadura labial indicado pelo médico da seleção da Noruega.

Acontece que Fredrik Bendiksen, o médico citado por Therese, já trabalhou na empresa responsável pela produção do tal produto labial, na Pfizer, a mesma farmacêutica que produziu a vacina para a Covid-19. O médico chegou a confirmar a versão de Therese. Mais tarde, no entanto, ele renunciou ao cargo de médico da equipe, mas continua intimamente associado à elite do esqui norueguês.

Therese é um dos grandes nomes do esqui da Noruega, a grande potência dos Jogos de Inverno. Ela já tinha no currículo outras três medalhas olímpicas, todas em revezamentos. O primeiro pódio foi em Vancouver 2010 no 4×5 km. Em Sochi 2014, uma edição antes do doping, ela faturou outras duas medalhas. Uma prata nos 30 km estilo livre e um bronze nos 10 km clássico.

– É incrível, eu ainda não tinha conquistado uma medalha olímpica de ouro em provas individuais, essa foi minha primeira, e, claro, é incrível. Eu treinei milhares de horas para isso e estive muito longe de casa ao longo dos anos. Então é lindo atingir esse objetivo

A medalha conquistada neste sábado foi pela prova do skiathlon do esqui cross country, que tem percurso total de 15km, metade dele é realizado com a técnica do esqui clássico e a outra com a do estilo livre. Therese teve tempo de 44min13s7, 30 segundos a frente das adversárias. A prata ficou a russa Natalia Nepryaeva e o bronze com a austríaca Teresa Stadlober.