Morre aos 92 anos, vítima de Covid, Maria Prestes, viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes
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Morre aos 92 anos, vítima de Covid, Maria Prestes, viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes

Publicado em 05/02/2022 09h19

Viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes (1898-1990), de quem foi sua segunda esposa, Maria Prestes faleceu nesta sexta-feira (4) aos 92 anos. Ela foi internada em um hospital do Rio, após ser diagnosticada com Covid-19.

Maria Prestes conviveu com o líder comunista por cerca de 40 anos, quase sempre escondidos ou no exílio, e teve sete filhos. Maria também escreveu o livro “O sabor clandestino de Maria Prestes”, conjunto de crônicas sobre a década de 1970, quando o casal morava em Moscou, na Rússia.

No Twitter, Ana Prestes, cientista política, colunista da revista Forum e neta de Maria Prestes, se despediu da avó:

“Partiu uma grande brasileira. Dona Maria Prestes, que também foi Maria do Carmo ou Altamira ou todos os nomes que precisasse usar para seguir lutando por liberdade, democracia e justiça social. Uma comunista orgulhosa de sua luta e a mais maravilhosa avó que alguém poderia ter.”

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Rio de Janeiro (Cedim-RJ), Edna Calheiros, amiga de Maria Prestes há mais de uma década,  disse que a militante estava internada no Hospital Unimed, da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, desde o início de janeiro, quando foi levada com sintomas gripais.

De acordo com a amiga, Maria estava vacinada contra a Covid. “Estamos aqui vivendo uma grande perda de uma companheira, camarada, uma pessoa lutadora que a gente tem uma admiração enorme”, lamentou Edna.

Maria e Edna se conheceram em 2011 e, nas palavras da amiga, as duas se encontraram no movimento de mulheres. “Ela tinha escrito o livro ‘Meu companheiro’, e a gente fez um projeto para fazer um trabalho de lançamento do livro, para ela falar com mulheres, jovens, e contar essa trajetória”, detalhou Edna.

Além de “Meu companheiro”, outra obra de Maria foi “O sabor clandestino de Maria Prestes” — um conjunto de crônicas sobre a década de 1970, época em que ela e o marido viveram exilados em Moscou, na Rua Gorki.

Em nota, o PCdoB lamentou o falecimento de Maria:

“O Brasil perdeu uma lutadora, uma mulher corajosa, firme e decidida. É uma perda para sua família, para todos nós do PCdoB e para todos e todas que lutam contra as injustiças desse nosso país”.