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Bolsonaro diz que Governo Federal irá marcar uma reunião com representantes do WhatsApp no Brasil
Publicado em 16/04/2022 18h55
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (16) que o governo federal irá marcar uma reunião com representantes do WhatsApp no Brasil para discutir o acordo firmado entre o aplicativo de mensagens e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a implementação de novas funcionalidades.
Uma das atualizações, chamada de “WhatsApp Comunidades”, teve seu lançamento adiado para depois das eleições de 2022 no Brasil. Ela funcionará como um guarda-chuva abrigando vários grupos com milhares de usuários. Na prática, trata-se de um grande grupo de grupos, que pode ter milhares de membros.
Temendo que a ferramenta ajude a impulsionar a produção de fake news e potenciais crimes durante as eleições deste ano, a justiça eleitoral brasileira solicitou que a novidade fosse disponibilizada aos usuários no país somente após a conclusão do pleito, no fim de outubro, o que não agradou ao presidente da República.
O WhatsApp, que tem buscado colaborar com o TSE, concordou com a demanda. A empresa, porém, não promete segurar o lançamento das comunidades entre o segundo turno e a posse presidencial no Brasil.
“Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar” o acordo. “Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, afirmou o presidente à CNN Brasil, neste sábado (16).
“Vou buscar o CEO do WhatsApp essa semana e quero ver que acordo é esse. Se é para o mundo todo, não posso fazer nada, agora, só para o Brasil, e volta a ser pro mundo todo depois das eleições, quer prova mais clara de interferência como essa na liberdade de expressão?”, acrescentou o mandatário.
Na sexta-feira, durante motociata com apoiadores em São Paulo, o presidente criticou decisão da empresa de adiar implementação de novo recurso no Brasil para depois da eleição. No meio do caminho, ele parou para falar com outros motociclistas e afirmou que o acordo do WhatsApp com o TSE “não será cumprido”, embora ele não tenha poderes para tal.