Estudante da UEPB denuncia professor por assédio moral e sexual durante fórum internacional
Publicado em 23/11/2023 14h07
Uma estudante do curso de relações internacionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) denunciou publicamente um professor, por assédio moral contra ela e por assédio sexual contra outras colegas de curso. A denúncia aconteceu durante a cerimônia de abertura de um fórum internacional realizado no campus V da UEPB, em João Pessoa, da qual a estudante, que pediu para não ser identificada, foi a cerimonialista. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube, na quarta-feira (22).
Estudante denuncia professor da UEPB por assédio durante evento internacional
“Eu gostaria muito de deixar claro que dentro da UEPB há acontecido alguns casos de assédio oriundos de um professor específico, o professor dr. Paulo Kuhlmann. Eu fui uma das alunas assediadas. Paulo sugeriu que eu, como mulher, não poderia participar e estar ativa no FoMerco [Fórum Universitário Mercosul, evento no qual aconteceu a denúncia] porque eu sou mulher e estaria tendo um caso com o coordenador do curso”, declarou a estudante na abertura do evento, após anunciar os membros da mesa e antes de passar a palavra para o primeiro integrante iniciar a cerimônia.
Paulo Kuhlmann é professor da UEPB no curso de relações internacionais e mestre e doutor em ciência política, com estudos focados na diminuição de violência e construção de paz a partir do âmbito local. Além de ser professor, ele também atua em um trabalho de palhaço social.
Segundo a estudante, após a fala do professor, ela procurou a ouvidoria da UEPB para denunciá-lo, mas a denúncia não foi acatada. “A ouvidoria disse que era a minha palavra contra a do professor, e que como eu não tinha provas, não tinha como provar o que ele disse. Ele [o professor] perguntou se eu estava na lista de peguetes do professor Carlos Enrique, e a ouvidoria não acatou as minhas denúncias, então eu entrarei com um processo jurídico e um boletim de ocorrência contra o dr. Paulo Kuhlmann”, disse a aluna.
Ainda durante a fala, a estudante relatou outros casos de assédio, desta vez sexuais, e que teriam acontecido contra outras colegas.
“Eu falo por todas as vítimas do Paulo, foram muitas vítimas, muitas meninas que vieram até mim e que vieram denunciar esse professor que é um assediador. […] Eu não mereço ter que ouvir um professor dizer que eu estaria tendo um caso com o coordenador do curso no meio do meus colegas; um professor que sai dizendo, para uma menina que apresentou um trabalho, que ele iria gozar depois da apresentação dela; de virar para uma outra menina e dizer que tem tesão nela; e de sugerir o uso de vibradores com alunas. Isso é inaceitável e a UEPB foi omissa, porque foi denunciado”, relatou.
O coordenador do curso de relações internacionais do Campus V da UEPB, Carlos Enrique Ferreira, também citado como alvo do assédio, estava entre os integrantes da mesa do evento e, após a fala da aluna, se pronunciou.
“Primeiro um esclarecimento. Sinta-se acolhidas, alunas, alunos, professores, professora, técnicos e técnicas, todos que forem constrangidos dentro da universidade. A coordenação vai tomar todas as providências. Neste caso, eu também fui citado, então peço que o professor Felipe [Reis Melo, coordenador adjunto do curso] tome à frente, enquanto coordenação. Tenho certeza que a universidade dará todas as providências cabíveis para este triste fato”, disse.
Estudante fez denúncia de assédio por professor durante abertura de evento internacional em João Pessoa, diante da vice-reitora da UEPB, que estava na mesa
A vice-reitora da UEPB, Ivonildes Fonseca, também estava compondo a mesa da cerimônia de abertura do evento, e se pronunciou após o relato da aluna. Ela pediu desculpas para a estudante e disse que a gestão da UEPB não compactua com nenhum tipo de violência, e que o ato de buscar ajuda da ouvidoria já deveria ser considerado prova a favor da vítima.
“Atualmente, em qualquer instância que a mulher vá se queixar, ela tem sempre que ser ouvida, principalmente em casos de assédio. Existem casos de assédio em que a mulher não tem elementos para provar, então o sofrimento dela, que vai buscar ajuda especializada, já é uma prova”, disse Ivonildes.
Ainda de acordo com a vice-reitora, a universidade possui um painel de transparência onde todos os atos administrativos são publicados, e que neste painel constam vários casos de investigação e punição de professores denunciados por assédio. Segundo a vice-reitora, a atuação da ouvidoria neste caso em particular vai ser apurada, mas indicou que a estudante pode e deve procurar a polícia e o Ministério Público.
“Outros casos já chegaram para a gente, de outros dois cursos, e elas foram dizer: ‘professora, a gente vai para a polícia, vai para o MP’. Eu digo, vá. Porque nós temos limites de competência, e muitas vezes os processos se arrastam e não tem a velocidade que a gente quer. De repente a polícia e o MP podem ser mais rápidos. […] Peço desculpas, porque tem uma mulher clamando, e eu como mulher não posso deixar uma mulher clamando sozinha, eu estou com você”, completou.
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